Nietzsche, segunda dose

Nietzsche nos lembra que a felicidade e a tristeza são sentimentos complementares. Não existe a felicidade ininterrupta, pois se assim fosse não daríamos valor a ela. Se tornaria algo banal. Nós seres humanos só percebemos que somos felizes por comparação. Sabemos o que é felicidade pois comparamos com a tristeza. Temos ainda a habilidade de criar níveis de felicidades; isso me faz mais feliz que aquilo, sou mais feliz quando faço isso.

O destino dos seres humanos é feito de momentos felizes e não de épocas felizes
- Friedrich Nietzsche

Allan Percy, autor do livro Nietzsche para Estressados, faz uma analogia. Após uma semana de céu nublado, um dia de Sol nos parece um milagre da Criação. De fato, após longos períodos de tristeza um dia feliz parece o dia mais feliz da nossa vida. A recíproca também é verdadeira. Por isso devemos estar consciente que momentos tristes vão acontecer.

Nossa sociedade moderna prega que devemos ser felizes o tempo todo. E isto está tão impregnado no nosso ser que acaba causando grande estresse por não estar feliz. Estresse esse que é o grande culpado pelo alto consumo de antidepressivos e a terapias das mas diversas.

Aceitar a tristeza não é uma fácil, assim como aceitar que a felicidade vem em momentos, como diz Nietzsche. Não tentar fazer com que a felicidade dure para sempre é o mesmo que matar os momentos felizes. Que nos ajudam a seguir em frente na vida. Aceitando que não seremos felizes o tempo inteiro podemos chegar ao que chamam de alegria, ou se preferir, a felicidade plena.